500 dias com ela.

“O filme a seguir é uma história de ficção. Qualquer semelhança com pessoas vivas ou mortas é mera coincidência.
A trama parece ser mais uma comédia romântica, mas só parece. Bem, comédia até que é. Romântica, não necessariamente.
Summer, a mocinha (Zooey Deschanel, sósia da cantora Kate Perry), é descolada e apaixonante. Tom, o mocinho (Joseph Gordon-Levitt, extremamente semelhante ao saudoso Heath Ledger), é um típico nerd que acredita que vai encontrar sua alma gêmea. Ele, claro, se apaixonada por ela, mas a moça não quer compromisso sério porque simplesmente não acredita no amor. Ainda assim, Tom se envolve com Summer e o que vemos na tela são, justamente, os 500 dias em que vive em função da garota que julga ser a mulher dos seus sonhos.
Por muitas vezes, Summer é doce e adorável. Até o expectador se encanta por ela. Mas, como vemos o filme sempre da perspectiva de Tom, percebemos que a moça também consegue ser indiferente.
Claro que, com um diretor que veio do mundo da música, a trilha sonora tinha que ser destaque do longa. O momento em que Tom canta Here comes your man, do Pixies, é hilário. E as intervenções com She´s like the wind, idem. A trilha, aliás, é um personagem tão importante do filme quanto Summer e Tom. A linguagem da produção, de um modo geral, é bastante particular, imprimindo um estilo marcante para o jovem cineasta Webb, que conseguiu aproveitar na telona toda sua experiência visual com os clipes.
O que diferencia (500) Dias com Ela das outras comédias românticas é que, neste caso, não há romance, mas também não vemos o amor não correspondido. Porque Summer gosta de Tom, mas não o suficiente. E isso é o que nos torna cúmplices dele, e faz com que o filme seja criativo e inteligente, um pouco dolorosa para alguns, mas bastante verdadeira, do amor.
Curiosidades
- Primeiro longa-metragem de Marc Webb, consagrado diretor de clipes musicais.
 Ficha Técnica
Diretor: Marc Webb
Elenco: Joseph Gordon-Levitt, Zooey Deschanel, Geoffrey Arend, Chloe Moretz, Matthew Gray, Gubler, Clark Gregg, Patricia Belcher, Rachel Boston.
Produção: Mason Novick, Jessica Tuchinsky, Mark Waters, Steven J. Wolfe.
Roteiro: Scott Neustadter, Michael H. Weber
Fotografia: Eric Steelberg
Trilha Sonora: Mychael Danna, Rob Simonsen
Duração: 95 min.
Ano: 2009
País: EUA
Gênero: Comédia
Cor: Colorido
Distribuidora: Fox Film
Estúdio: Watermark
Classificação: 12 anos
Trailer 

Então, fica aí a dica dessa comédia nada romântica. rsrsrsrsrs...

Um ótimo final de semana a todos e beijos! 
=]

Uma igreja criativa ou evangelização criativa?

Você já percebeu que em nome da “evangelização” se pode quase tudo? Comecei reparar isso faz um bom tempo.
Na maioria das igrejas ainda a dança não é bem vinda, não a vemos nos cultos e nem nos ambientes eclesiásticos como festas e confraternização dos crentes. Mas é só marcar um evangelismo em alguma escola, que montam, ou pior, convidam, uma equipe de dança para fazer uma apresentação e chamar a turma para ver que não somos diferentes dos outros a não ser na mensagem.
Fazemos isso também com o teatro, vemos de forma rara teatro na igreja, tirando, é claro, a sala de criança (ai que inveja delas), mas é só marcar um evangelismo em uma praça que ensaiamos uma peça, usamos roupas e até maquiagem para mostrar que a criatividade e a arte podem apontar para Cristo.
E assim várias outras formas de arte e costumes são “justificadas” com a evangelização: Os palhaços com muito humor, música “secular” para falar de um assunto, filmes, contadores de histórias, poemas, sk8, pintura, um grupo tocando tambores, já ouvi até tatuagens sendo justificadas por que uma pessoa viu a cruz e perguntou o que era e o tatuado pode testemunhar de Cristo.
Se a sua igreja não deixa você fazer algo, tente justificar que é pra evangelismo que você vai ver que da certo, quase sempre relevam.
Parece que algumas regras, métodos e formas criadas para a igreja não se aplicam a evangelização, assim cria-se uma “brecha” para poder ter ministérios paralelos à igreja, mesmo sendo, no fundo, da igreja.
Este tipo de regras é incoerente, mas quero dar outro foco agora e não nas regras.  Preciso fazer duas ressalvas: 1- Eu discordando da maioria dessas regras de uso e costume e acredito por acreditar que são opiniões de pessoas que estão na liderança. 2-Acredito que se a pessoa decidiu congregar em uma igreja, ela tem que respeitar a liderança local e suas regras.
Quero falar sobre esse Evangelismo Criativo.
Por muito tempo estudei e corri atrás de um evangelismo criativo, pois queríamos atrair o maior número de pessoas possíveis para ouvir o que tínhamos para falar e mostrar que podíamos ser descolados também.
Foi quando percebi que corremos o risco de estar fazendo uma “propaganda enganosa” para os que não conhecem a igreja, pois cara que fosse atraído com aquela apresentação e mensagem, quando chegasse na igreja pensaria: “essa igreja não é a mesma que eu vi lá na minha conversão”.
Mesmo o Cristo sendo o mesmo, aprendemos a ter uma forma para evangelizar e outra como vida em igreja.
Não acredito mais em Evangelismo Criativo, acho que pode ser um tiro no pé, acredito em igreja criativa, que vive as multifaces de Deus em sua vida diária e em seus cultos.
Um lugar em que todos possam demostrar seus dons, um lugar onde a gente é surpreendido a cada momento com o que Deus esta fazendo, um lugar com liberdade para a arte aparecer e apontar para o verdadeiro artista, o Criador.
Dessa forma, não vamos mais precisar de um evangelismo diferente do que vivemos, pois é só mostrarmos quem nós somos diariamente: Filhos à imagem e semelhança do verdadeiro Artista, do Criador.

(Marcos Botelho)
http://ultimato.com.br/

Todos os dias


Felicidade é assim fluída
Como líquido nos vidros 
Como vento nas cortinas
Sem tragédias, sem tempestades
Só a bruma, só a bruma

Soneto de Separação, do grande "poetinha"



De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.


De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.


De repente, não mais que de repente

Fez-se de triste o que se fez
E de sozinho o que se fez contente.
Fez-se do amigo próximo o distante


Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.

(Vinicius de Morais)

Para ouvir enquanto lê:

(Luiz Monaro, devo dizer que novamente me inspirei no seu blog " http://avantecultura.blogspot.com ", que por sinal sempre lindo e cheio de novidades!) 


“Her Morning Elegance”

Olá, olá...

assisti um vídeo agora pela manhã quem me impressionou bastante pela leveza e sutileza. Foi utilizada a técnica de animação stop motion, onde o animador trabalha fotografando objetos, fotograma por fotograma, ou seja, quadro a quadro. Entre um fotograma e outro, o animador muda um pouco a posição dos objetos. Quando o filme é projetado a 24 fotogramas por segundo, temos a ilusão de que os objetos estão se movimentando.

E aí fiquei pensando como seria minha vida na cama. estranho isso neh?!? ...rsrsrsrsrs...

de um jeitinho bem humorado, pensei o que não poderia faltar nela:
1- Um notbook, é claro! ( alguém teria que puxar o cabo de rede, pq sem internet, não dá)
2- Chocolate Garoto 55% cacau
3- A vida simples
4- Alguns livros " y outras cosas mas"

e aí, você? o que n poderia faltar perto da sua cama?

Bem, segue o clip Her Morning Elegance do artista de origem israelense Oren Lavie.


Sem mais...

beijokas!!

Espero que gostem!


Meu amor e ódio por Rubem Alves



"O problema com os inimigos do cristianismo é que, na maioria das vezes, estão certos nas suas críticas."    Ed René Kivitz, num sermão.

 Amo Rubem Alves. Odeio Rubem Alves. Eu o amo nas suas verdades. Eu o odeio nas suas mentiras. Às vezes me confundo e inverto: amo quando deveria odiar e odeio quando deveria amar.
Verdades e mentiras igualmente belas fazem isto. Amo a Beleza das suas verdades, porque as verdades são sempre belas – como não amar o que é Belo? Odeio a feiúra das suas mentiras, se bem que há mentiras maravilhosas de se contemplar.
Por exemplo, uma vitrine: corpos falsos, os manequins. Prestígio falso o das roupas caríssimas. Status vergonhosamente irreal o das grifes. Mas a gente olha e olha e diz "que lindo!"
Amo quando ele diz coisas como: "O que enlouquece não é o trabalho forçado; é a falta de sentido."Amo essa célebre capacidade que ele tem de citar re-criando, re-inventando, parafraseando sem dizer que parafraseia, nesse caso, Dostoievski ("Recordações da casa dos mortos").
Amo Rubem Alves porque faz sentido à falta de sentido com a qual ele recheia seus textos. É verdade. É sua alma falando. Outro exemplo de citação-recriadora, dessa vez sua (nossa) amada Adélia Prado: "Medo eu tenho de não ter mistérios". É por isso que ele cita Rilke e a gente baba: "Quem assim nos fascinou para que tivéssemos um olhar de despedida em tudo o que fazemos?"
Amo essa capacidade de disfarçar no seu pensamento o pensamento dos outros, sem nos deixar com cara de gente que está sendo risível e destraidamente enganado por sua inteligência. Mas amo mesmo quando ele se supera na re-criação, rei da paráfrase: "Sou o que penso? Sou o que vejo. Meu corpo é do tamanho do meu olhar. Os olhos do poeta têm braços que vão até as estrelas."
Ah, sim, Adélia. Sobre sua (nossa) amada poeta-filósofa, ele diz: "Adélia é beata herética-erótica (…) eu sou protestante-apóstata."
Amo essa sinceridade odiável. Ou melhor seria odiar essa integridade amável? Pois então, coisas do coração, amar, odiar. O coração que ama é o mesmo que odeia. Amo Rubem Alves. Odeio Rubem. Eu o amo quando diz o que quero mesmo ouvir: verdades. Sejam quais e como forem eu o odeio quando diz mentiras que não quero ouvir. Ainda que sejam belas como toda a poesia do mundo. Mesmo que me encham os olhos e eu re-leia e re-leia e re-releia, literalmente encantado.
Amei "O sapo que queria ser príncipe" (Planeta, 2009) como amo quase tudo que ele escreve (verdade!) e odeio "O sapo que queria ser príncipe" do mesmo modo que odeio muito do que ele afirma (mentira!). Eis a minha ambivalência, um fã parecido com seu autor (quase) preferido. Para não ficar me repetindo ad nauseum nessa mal traçada resenha, Mitos & Verdades, ou se preferir, coisas que amei e odiei no maravilhoso/desprezível livro de memórias, sobretudo no que ele releta a respeito das coisas do pastorado:
1. " Sermões chatos são evidência de que o pregador não acredita muito." VERDADE. A fé faz o olho do pregador brilhar e o coração do ouvinte arder – ambos de felicidade. Seja o tema do Sermão Isaías 53 ou um panfleto anti-religioso, como muitos textos de Rubem Alves, ótimo pregador, ainda que não chame de sermões seus sermões. Sermão (sermo, sermonis) é discurso argumentador/tivo. Sempre.
2. "O cristianismo não tem mensagem para as pessoas saudáveis, fortes e felizes. Gente forte e feliz não se converte".  VERDADE (de novo, citando… dessa vez, seu amado e preferido Nietzsche, em "O Anticristo"). É por isso que a história da sua "conversão" não é história de uma conversão. Ele mesmo diz "não fui para a igreja por angústias existências. Fui para a igreja por que era gostoso". Pensando bem, isso é verdade para qualquer experiência de conversão (metanóia – mudança de mentalidade), seja religiosa ou não: quem vira ateu ou agnóstico é porque está doente, fraco e infeliz com a fé. Faz sentido?
3. "Homens de convicção não escutam, só falam. São movidos a certezas e exigem que os outros concordem." VERDADE. Como num congresso de Teologia em São Paulo quando, depois de ridicularizar Deus (literalmente) e o mundo (dos teólogos), terminou de falar e foi embora, sem ouvir nem o Boff nem outros preletores. Aliás, eu e Jorge Camargo – seus fãs bobocas - cantaríamos depois da fala dele. Para que ouvir quando se está certo de que "não há verdade absoluta" (exceto essa frase, claro). Para que ouvir os outros quando "tudo é relativo" (exceto essa outra frase, lógico).
4. "Todo o edifício do pensamento cristão é construído sobre a idéia do inferno ( … ) a teologia cristã é um edifício construído sobre o absurdo."  MENTIRA. Todo o pensamento e a teologia do cristianismo estão edificados sobre a idéia da Graça e do Amor. Obviamente, existem centenas de milhares de teologias cristãs. A de Rubem Alves é uma delas. A minha é outra. Enquanto um experimentou o medo do inferno e o mal-estar do absurdo intelectual, outro pode experiementar a maravilha da Graça e a percepção do Inefável. Fé é da pessoa, pessoal. Nada de atacado, de reducionismos a granel, por favor. Isso é intelectualmente desonesto, poxa!
5. "O seminário é uma escola dominical que durava anos" VERDADE. Falaram-me que a origem de "Seminário " é a mesma de "Cemitério". Preciso chegar nos meus baú de filologia… na prática pastoral que está aí, já está mais que (com) provado.
6. "O pastor é uma pessoa que não deixou de ser criança, continua abraçar o ursinho de pelúcia. Todas as coisas fracas são ursinhos de pelúcia." VERDADE. Isso é lindo em Rubem Alves, quando assume suas contradições. Ele que detesta ter sido pastor continua sendo pastor. Por isso seu afeto com as (frágeis) palavras. "O poeta", diz Eugene Peterson, "é um pastor de palavras".
7. "Sem a poesia, a imagem de pastor pode ser usada para designar uma profissão: um funcionário de uma empresa que administra, distribui e até vende "bens espirituais ". VERDADE. Ah, se os lixeiros da Fé-pela-TV lessem isso… e se arrependessem!
8. "Van Gogh era filho de um pastor ( … ) Nietzsche era filho de um pastor." VERDADE. Dois loucos e geniais. Por que o primeiro comoveu-se com a pobreza dos crentes e o outro com fraqueza intelectual dos mesmos é coisa para o psicanalista Rubem Alves responder. Aliás, tanto Freud quando Jesus usaram a palavra Pai com um sentido novo e central. Os dois estavam certos.
9. "Detesto a palavra 'eloquência'. Se fui eloquente num período da minha vida foi por imitação. Eloquência é o recurso sonoro que se emprega quando falta a mansidão da verdade."  VERDADE. Mas se tem algo, um substantivo, que não se encaixa com as palavras que saem da boca (e das mãos) de Rubem Alves é mansidão! Sua voz é um rugido poderoso, um trovão traiçoeiro, cobra morde-mão. "Palavra enfeitiça. E palavra quebra-feitiço", ele diz – a respeito das suas barulhentas-articuladas e, portando, eloquentes palavras. Sejam elas parte de um causo (história) ou de uma causa (argumento).
10. "Diante da tragédia, até os ateus dizem o nome de Deus". VERDADE. Dizer ‘Deus’ é dizer ‘Pai’ com mais, muito mais, força. Eu e Rubem Alves, todos nós, melhor dizendo, temos saudade do abraço do pai. O abraço do pai mora do fundo da nossa saudade.

Eu amo Rubem Alves. Eu o odeio. Odeio quando ele está certo. Amo quando ele está errado. Até um relógio quebrado tem uma hora (um segundo) que está certo. Ou estou errado?

(Gerson Borges)

Gérson Borges é leitor de gente que ele gosta e gente que ele não gosta.
Mas esta história de "odiar" é brincadeirinha: ódio é o trem mais perigoso da vida, como diria um mineiro. Ele ama Rubem Alves

a procura

estava por aí catando as palavras
pra ver se juntando-as por aqui o sairia
e veio-me: paz, alegria, verdade
e era tudo que eu precisava.

(Mariana Magno)