Soneto de Separação, do grande "poetinha"



De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.


De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.


De repente, não mais que de repente

Fez-se de triste o que se fez
E de sozinho o que se fez contente.
Fez-se do amigo próximo o distante


Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.

(Vinicius de Morais)

Para ouvir enquanto lê:

(Luiz Monaro, devo dizer que novamente me inspirei no seu blog " http://avantecultura.blogspot.com ", que por sinal sempre lindo e cheio de novidades!) 


2 comentários:

Face a Face disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
ney flanigan disse...

Poema muito lindo.
Mas prefiro pensar que todo pranto pode se transformar em riso.
Que a boca que nega, pode ser a que pronunciara as coisas mais belas que ja foram ditas.
Que a ventania certamente cessará.
E que a chama do amor que jazia, ressurgira como a Fenix.
E da paixao fez-se a certeza.
E do momento imovel fez-se o encanto.
E inevitavelmente qualquer vestigio de infelicidade dara lugar a alegria plena.
Fez-se do desconhecido mais que um amigo.
Fez-se da vida uma convicçao sem precendentes.
A VIDA PODE SER MUITO BELA DEPENDE APENAS DE COMO A OLHAMOS...

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